Umas das cidades que mais arrecadam recursos com os royalties, Macau e Guamaré também se assemelham pelos altos gastos financeiros com a realização de festas. A Prefeitura de Guamaré, por exemplo, só no primeiro semestre do ano passado, pagou R$ 5 milhões para a contratação de bandas para o carnaval e, pouco mais de um mês depois, outros R$ 2 milhões para a festa de 50 anos da cidade. Tudo isso, mesmo com o Município vivendo uma situação de emergência devido à seca.
Na época, o município explicou por meio de nota que a “festa consta oficialmente do calendário de eventos do município e é de grande importância histórica e cultural para a cidade. Segundo o setor jurídico da Prefeitura de Guamaré, a contratação direta de profissional do setor artístico justifica-se pelo fato de não ser possível à Administração fixar critérios objetivos para comparar e julgar propostas, inviabilizando a competição entre possíveis interessados, em razão da especificidade inerente à produção artística”.
Por outro lado, não explicou a diferença considerável de valores que as bandas receberam em Guamaré e aqueles que elas costumeiramente recebiam de cachê por outras apresentações. Um levantamento d’O Jornal de Hoje constatou o indício de superfaturamento, principalmente, no caso do contrato com o cantor Ricardo Chaves. O baiano tocou no mesmo ano em dois carnavais diferentes, um em Assu e outro em Guamaré. Contudo, cobrou R$ 90 mil para se apresentar no território assuense e, segundo o Diário Oficial de Guamaré, R$ 270 mil para tocar na cidade, um sobrepreço de R$ 180 mil.
Situação semelhante aconteceu em Macau em 2011. Em levantamento feio também pelo JH e por outros blogs da região, os valores divulgados pela Prefeitura local é bem diferente do que é pago normalmente. A banda Forró da Pegação, por exemplo, recebeu um cachê de R$ 67,2 mil para tocar no carnaval do ano passado em Macau, mas tinha um cachê médio de R$ 10 mil apenas. Só aí, o sobrepreço já seria de R$ 56,2 mil. Ou seja: Forró da Pegação recebeu cinco vezes mais para tocar na cidade do que cobra normalmente. O sobrepreço pago as bandas que se apresentaram em Macau naquele ano poderia chegar a quase R$ 800 mil.
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