Mesmo com grandes dificuldades encontradas na gestão, a Prefeita Luciana Farias faz um trabalho que começou e se pautou pela moralização da aplicação dos gastos públicos no município de Touros e faz neste momento um balanço rápido dos três anos de administração:
Touros em Foco: O que é a administração pública para a senhora?
Prefeita Luciana: O que é público pertence ao povo e a ele ser destinado. Recursos públicos não podem e nem dever usados ao bel-prazer do gestor público isto pra mim e gestão pública.
Touros em Foco: Oque mudou na administração pública em Touros?
Prefeita Luciana: Vícios e maus costumes que foram devidamente eliminados da administração pública. E tenho a consciência tranquila e alma limpa ao dizer que os recursos que Touros recebeu foram empregados em favor do nosso povo. Em Educação, em saúde, em desenvolvimenton rural, em cultura, em programas sociais. Enfim, em todos os setores onde foi permitido e possível investir.
Touros em Foco: E nestes três anos de administração, o que a senhara aprendeu?
Prefeita Luciana:Esses três anos, foram três anos de aprendizado, de um duro aprendizado sobre a vida pública e as relações que ela contempla. Um duro aprendizado sobre o ser humano, sobre suas carências e necessidades, sobre o lado gentil e o lado odioso. Nestes três anos, me deparei com a gente humilde da minha terra, pessoas que precisam da ação do poder público. Para muitos conseguimos plantar alegrias onde havia incerteza e angústia. Mas a nossa capacidade de realizar, de fazer o bem, de fazer mais tem limite. E o limite no exercício da vida pública são a lei e os recursos financeiros.
Procuramos, em todos os momentos, seguir o que determina a legislação. Quanto aos recursos financeiros, nos deparamos - eu e todos os prefeitos eleitos em 2009 - principalmente aqueles dos pequenos e médios municípios – com a crise financeira que a Confederação Nacional dos Municípios e a Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte consideram a mais grave já enfrentada pelas prefeituras. Quando os limites financeiros se estabelecem e as despesas e as demandas por ações da Prefeitura aumentam, aí é que surgem as pressões e a angústia dos gestores públicos.
E foi neste período que eu conheci também o lado obscuro de alguns seres humanos. O lado que leva o ódio e o radicalismo até às últimas consequências. Mas eu não vou me ater a isso. Prefiro falar de coisas boas, de realizações, de ações concretas. Fizemos muito nestes três anos de nossa administração. Mas tenho a consciência de que muito ainda precisa ser feito e de que há muitos problemas para enfrentar.
Como consequência de dívidas impagáveis deixadas por gestores públicos que me antecederam, a Prefeitura de Touros teve, em três anos, 58 repasses do Fundo de Participação dos Municípios, o FPM, zerados. Se considerarmos que o repasse é feito a cada dez dias, 58 repasses correspondem a um ano e sete meses de repasses. Um ano e sete meses de saldo zero na conta do FPM! Os repasses zerados configuram uma situação atípica que derrubaria qualquer administração. Mas com a graça de Deus e a seriedade e o zelo de toda uma equipe conseguimos seguir em frente e chegar até aqui. Encontramos a Prefeitura com 11 inadimplências e em 1 ano conseguimos tirar o nome da prefeitura desta lista de Prefeituras inadiplentes.
Touros em Foco: E a estrutura da Prefeitura? Como a senhora encontrou?
Prefeita Luciana: Encontramos a Prefeitura com sua estrutura totalmente sucateada. Isto inclui prédios, veículos e equipamentos em geral. A educação que é fundamental não um veiculo sequer. Hoje, três anos depois, a Prefeitura tem carros novos, ou seja 29 veiculos foram adquiridos, equipamentos e computadores próprios em vez dos alugados e prédios que oferecem condições de trabalho. Tudo isso dentro de nossas condições financeiras e apesar de uma realidade totalmente adversa. 80% dos computadores eram alugados e hoje todos os computadores são da administração.
As escolas estão sendo reformadas e ampliadas. Algumas já foram reinauguradas, passando a oferecer dignidade a professores e alunos e melhores condições de ensino/aprendizagem. Postos de saúde foram construídos ou reformados e ampliados.Neste período de crise financeira, os gestores públicos tiveram que aprender a dura lição de fazer mais com menos. De menos só tivemos os recursos financeiros porque a vontade de fazer foi maior. Usamos mais seriedade, mais espírito público, mais zelo, mais dignidade. Por isso e só por isso, iluminados pela Providência Divina e graças a valores éticos e morais, é que chegamos até aqui.
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