sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

TOUROS: o carnaval que temos e o carnaval que queremos

Por: Professor Lindemberg Araújo


O carnaval é uma festa popular, acontece todos os anos. Não é uma festa desta ou daquela gestão. É uma festa do povo e para o povo e por isso deve ser gratuita!!!

Por isso também é uma festa simples de ser feita, apesar de trabalhosa. Não me refiro a uma banda tocando em cima de uma mega estrutura de palco, animando uma meia dúzia de foliões e outra meia dúzia de uma falsa elite nos camarotes. Só o palco e os camarotes para a falsa elite mandar tchausinho para a ala de baixo leva uma fatia bem gorda do orçamento carnavalesco. Este é o carnaval que temos!

Qual o carnaval que queremos?

Sou de um tempo, que não faz muito tempo, em que o carnaval de Touros era animado pela escola de samba de Santiago, cuja concentração era na rua em frente ao terreno do senhor Miguel Quenga. A escola saia pela Lucilo Afonso e seguia animando as principais ruas da nossa cidade. Nesta mesma época eu me assustava com o La Ursa de Luquinha, uma bela troça que trocava ritmos por dinheiro e umas boas doses de cachaça.

Sou do tempo dos grandes e animados blocos: Phoderosos, Chefões, Os pombos, Cãofusão, Pica Nela e tantos outros. O carnaval que o tourense quer e merece é o carnaval da inventividade, da criatividade e da espontaneidade popular. Não precisa acabar com os palcos na beira da praia, mas também é lastimável ver o centro da cidade vazio e silenciado nas madrugadas de carnaval.

Minha sugestão é que se constitua em Touros uma comissão para gestão e execução do nosso calendário de eventos, envolvendo festa do padroeiro e final de ano, carnaval, emancipação política, festejos juninos e outros. Que esta comissão seja formada pelos vários segmentos sociais e políticos da nossa cidade. O poder público pode inclusive incentivar e apoiar o surgimento de novos blocos, promovendo competições e premiações, com o apoio da iniciativa privada. Podem-se definir dias de cortejos com votação popular. Os paredões, apesar de incomodar quando usados indevidamente, não podem simplesmente serem silenciados. Sugiro que se definam espaços onde eles possam ser ligados de forma organizada. Desliga-los simplesmente é uma afronta às pessoas que escolheram nossa cidade para o reinado de Momo.

Orquestras de frevo são bem menos custosas que as bandas eletrônicas, que repetem incessantemente as mesmas músicas os quatro dias de folia.

O carnaval não pode ficar refém do medo, cercado, cerceado. Quero ver os tourenses nas ruas. A festa é um direito, não um privilégio para poucos.

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