Por Emanuel Neri
Qual é o principal símbolo (ou marca)
de São Miguel do Gostoso?
Os coqueiros, que formam uma espécie
de cortina que preenche todos os espaços verdes da cidade, concentrando-se ao
longo da faixa litorânea são, sem dúvida, o principal símbolo de São Miguel do
Gostoso. Pois esta marca, principal cartão postal local, está sendo rapidamente
destruída. Lamentável.
Primeiro foram alguns donos de
terrenos que, de forma irresponsável, derrubam coqueiros com o objetivo de
aumentar a área de construção de seus imóveis. Pois agora é o próprio poder público
(Prefeitura) que está derrubando este coqueiral. Inúmeros coqueiros do Centro de
Cultura acabam de ser derrubados. Antes, uma árvore do tipo aroeira também foi destruída. Quem passar diante do Centro
de Cultura da cidade vai ver a lamentável destruição feita ali. Do ponto de vista ambiental,
o cenário é devastador. Há troncos gigantescos de coqueiros cortados e espalhados por toda
a extensão do terreno, em toda a área em frente ao Centro de Cultura. Quem praticou este
ato irresponsável?
Este blog não acredita que a ordem
para a derrubada daqueles coqueiros tenha partido do prefeito Renato de
Doquinha. Mas, como não deve ter sido o prefeito, alguém da Prefeitura deu ordens para que aqueles
coqueiros, quase todos centenários, fossem destruídos. Foi um crime ambiental
praticado na cidade.
Se a própria Prefeitura autoriza a
derrubada de coqueiros em uma área que pertence a um órgão público, é claro que
o cidadão comum vai se sentir encorajado – e de alguma forma autorizado – para também
meter o machado em seus coqueiros, com o objetivo de valorizar mais ainda seus imóveis.
É o começo do fim da
desfiguração da natureza de São Miguel do Gostoso. Órgãos como Ibama e Idema,
além do Ministério Público, têm que punir os responsáveis por esta destruição e
adotar medidas para que a natureza local não escoe pelo ralo da destruição
insana que já acabou com muitas cidades.
Após saber da derrubada de
coqueiros do Centro Cultural, este blog esteve no local para verificar o estrago. Terrível o que se vê
ali (veja foto acima). Pior que isso só a explicação de funcionários do Centro de Cultura: os
coqueiros foram derrubados para evitar que cocos caíssem na cabeça de alguém. É uma explicação burra do ponto de
vista da preservação da natureza. Há dezenas de residências e pousadas em São
Miguel do Gostoso localizadas em áreas de extenso coqueiral. E ali não se
derruba coqueiro para evitar que os cocos caiam sobre alguém. Simplesmente se
faz retirada temporária de cocos.
Para evitar qualquer tipo de
acidente com coqueiro, basta que a retirada de cocos e de palhas que apresentem
riscos seja feita a cada 40 dias. Não há um único registro de coco que tenha
caído na cidade na cabeça de alguém. Mas a Prefeitura, a quem caberia zelar
pela natureza, manda derrubar seus coqueiros.
E assim, de forma acelerada,
São Miguel do Gostoso vai perdendo sua principal marca: o mar de coqueiros que
encanta sua população e as pessoas que visitam a cidade. Sem isso, a cidade vai
perdendo sua pincipal identidade visual. Já é visível a ausência de coqueiros
em muitos trechos da cidade, em especial na orla.
Uma comparação. O Pão de Açúcar é um dos principais símbolos da
cidade do Rio de Janeiro. Imagine a Prefeitura do Rio manda derrubar parte
daquele monumento simplesmente por achar que parte daquele maciço de pedra pode
desmoronar. No mínimo as pessoas vão achar louca e criminosa aquela decisão.Pois é isso o que está
ocorrendo com São Miguel do Gostoso. Seu belíssimo coqueiral está sendo
destruído, deixando a cidade desfigurada e sem sua principal marca - seu belo
coqueiral. A Prefeitura tem obrigação de vir a público para dar explicações à comunidade
sobre este ato irresponsável.
Qual o motivo de, num gesto
insano e desprovido de qualquer responsabilidade ambiental, mandar derrubar os coqueiros
do Centro de Cultura?
No link abaixo, outro post deste blog sobre a derrubada de
coqueiros em São Miguel do Gostoso.
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